Esse casal da foto é a Larissa e o Ian. Eles estão casados há 4 anos e meio, mais ou menos. A história deles me emocionou. E me fez refletir muito sobre o que realmente significa o compromisso do casamento. Quero partilhá-la com vocês.
Eles se conheceram no período da faculdade, e tinham planejado se casar quando se formassem, em dezembro de 2006. Contudo, tudo mudou quando em setembro daquele ano Ian sofreu um acidente de carro que o deixou com danos cerebrais. Ao invés de se casarem, passaram mais quatro anos decidindo o que iriam fazer.
A decisão natural de quem é jovem, começando a vida, seria deixar o rapaz de lado e procurar outra pessoa, procurar alguém mais para ser feliz. Como estabelecer uma relação com alguém que têm dano cerebral? Como amar alguém que se comunica com muita dificuldade, quando consegue se comunicar? Há maneiras de amar dessa maneira?
Pois bem, há uma crença do mundo atual que caracteriza os relacionamentos e os especialistas que não possuem nenhuma convicção maior para o casamento que é de casar-se para ser feliz. As pessoas acham que o casamento deve ser algo como um presente novo a cada dia. Enquanto estivermos empolgados, felizes, sendo surpreendidos, sentindo o frio na barriga, o casamento pode continuar.
Agora, se por alguma razão o casamento deixa de produzir esses bons efeitos em nosso espírito, se começamos a sofrer demais, se passamos por dificuldades, se enfrentamos sofrimentos, logo as pessoas dizem que precisam partir para algo melhor, procurar outra coisa, abandonar aquilo que não é mais recompensador.
Nada poderia estar mais errado. Se você, como eu, entende que o casamento foi feito por Deus, e deve ser mantido até que a morte nos separe, está na hora de começarmos a mudar as expectativas, a entender que amar de verdade envolve um aspecto de compromisso que ultrapassa só receber coisas boas. Ele envolve sofrimentos, lutas, dificuldades, amarguras. Mas é esse tipo de lições que são parte do plano de Deus para o matrimônio. O casamento conforme pensado por Deus é uma escola que por meio de alegrias e tristezas, saúdes e doenças, prosperidades e adversidades, molda duas pessoas, fazendo com que elas se tornem melhores do que já foram.
No entanto, para que essa realidade aconteça, para que o casamento seja essa benção à qual ele foi formado para ser, o casal precisa honrar o compromisso que fez. Os dois precisam honrar a promessa de ficarem juntos. É isso o que aprendo na história de Ian e Larissa.
Larissa teve que decidir se casaria com Ian ou não. Muitas pessoas enfrentam o medo de se casarem. Mas, naquele caso, casar-se era muitas vezes mais complicado. Aquela esposa estaria assinando um compromisso que iria durar a vida inteira, e que implicaria em ser a única a trabalhar em casa, nunca deixar o marido sozinho, ter que brigar pelas questões econômicas, financeiras e de dia a dia sozinha, ter que enfrentar os tratamentos e cuidados de seu marido, e até mesmo, por enquanto, abrir mão de se tornar mãe.
Qualquer pessoa em seu estado normal abandonaria o barco. Larissa decidiu seguir em frente. Ela afirma que ambos se amavam, e também amavam a Deus. Por isso, decidiu se casar com Ian, com a certeza de que Deus a daria forças para enfrentar o que viesse pela frente. Ela se apegou à promessa de Romanos 8:28, que diz “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam”. E aquela jovem seguiu em frente.
Podemos pensar que por causa dessa decisão, sua vida se transformou em um mar de rosas, e que os problemas foram sempre menos que as alegrias. Mas não foi assim. Larissa diz que foi muito doloroso perceber suas irmãs e colegas casando, tendo filhos, fazendo coisas divertidas e emocionantes com seus maridos, enquanto eles são obrigados a viverem de uma maneira muito contida.
Por essa razão, ela diz que sofre, mas sofre com resignação. Ela não se desespera, apesar de o futuro não parecer mais brilhante do que as coisas se encontram no presente. Todavia, ela não desiste. Continua em frente.
Por causa de sua doença, Ian não anda, não mexe as mãos, não consegue articular direito suas palavras, e parece viver no mundo da lua. Mas, com a pouca capacidade que possui de se comunicar, Ian faz questão de deixar claro que ama Larissa. E esse tipo de demonstração serve como estímulo para ela.
Larissa diz que viver com Ian é ótimo, mas o que acontece com os dois que serve de consolo e de estímulo, é que o céu passou a ser mais desejado do que tudo o mais. Ela diz que a esperança do céu é a maior fonte de conforto para o futuro. Por essa razão, ela aprendeu a viver em contentamento na terra, sabendo aproveitar as bênçãos de acordo com o que Deus lhe concede, sem nunca abandonar a esperança do céu.
E essa lição de Larissa é o que me fez pensar em escrever esse texto. Afinal, esse é o objetivo do casamento. Não nos casamos simplesmente para procriar, ou para diminuir o número de pessoas solteiras no mundo, ou para ser felizes, ou nos tornarmos pais e mães. Casamo-nos porque no plano de Deus a vida a dois seria uma maneira muito melhor de nos preparar para o céu. É como se estivéssemos em treinamento para nos tornarmos mais semelhantes a Cristo, para aprendermos a confiar Nele em todos os momentos, e para nos preparar ainda mais para a vida eterna.
É por causa dessa ideia que posso entender uma frase de uma autora americana que diz que o casamento é uma escola da qual não nos graduamos nunca. O seu casamento é o meio escolhido por Deus para tornar você mais semelhante a Jesus. Se você mantiver isso em mente, vai perceber que tem muito mais a agradecer do que a lamentar em sua vida a dois. E Deus lhe concederá a alegria que você tanto almeja.
Que Deus abençoe você e seu casamento,
Osmar Jr
Psicólogo do CEAFA
Essa história eu encontrei no site http://www.desiringgod.org/blog/posts/update-on-ian-and-larissa. Se você entende inglês, recomendo você a dar uma olhada, e testemunhar essa impressionante história de amor desses dois jovens.
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